O mundo está em constante processo de mudança. Nas últimas décadas, vimos uma evolução exponencial das tecnologias da informação. A capacidade de processamento dos chips dobra a cada dois anos e a velocidade das conexões de internet também cresce em ritmo parecido. Nunca antes fomos capazes de capturar e armazenar tantas informações e dados.
Antes explorados de maneira precária, atualmente os dados passaram a ser, talvez, o ativo mais valioso das maiores empresas do mundo. Dados coletados de computadores, tablets, smartphones, relógios inteligentes, câmeras de segurança e qualquer outro dispositivo conectado, são utilizados para personalizar ofertas de produtos, sugerir serviços, trazer informações mais relevantes e facilitar a vida das pessoas.
Naturalmente, no entanto, o uso de dados evoluiu tão rapidamente, que abusos começaram a ocorrer e violações à privacidade se tornaram uma dor de cabeça para pessoas e empresas. Assim, nos últimos anos, surgiram em diversos países regulações legais foram criadas para limitar a utilização abusiva deste recurso.
As mais emblemáticas foram a GDPR (General Data Protection Regulation), introduzida na União Européia em 2018 e a CCPA (California Consumer Privacy Act) também de 2018.
No Brasil, foi criada a Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD — uma lei que entrará em vigor em agosto de 2020 e que visa a proteção de dados pessoais de Pessoas Físicas contra a utilização desses dados sem consentimento e contra vazamentos e compartilhamentos não autorizados. A partir desta lei, portanto, muitas coisas devem mudar para os profissionais de marketing digital. Entenda como isso pode impactar o seu negócio.
Coletar dados vai se tornar uma prática proibida depois da Lei Geral de Proteção de Dados?
Coletar dados em si não será uma prática proibida a partir de agosto deste ano. Objetivamente, o que muda será a forma como isso poderá ser feito.
A coleta de dados indiscriminada esbarra em questões de invasão de privacidade, e por isso, passou a ser de interesse público a sua limitação parcial.
Houve casos, por exemplo, de empresas que fizeram o uso de dados coletados online sem o consentimento dos usuários.
Com isso em mente, as regulamentações foram pensadas para garantir um acesso mais seguro e privado à internet. De forma a resguardar os internautas.
A Lei passará a proteger dados pessoais
A LGPD foi pensada para proteger os dados pessoais dos usuários de internet. E o primeiro passo para isso é conceituar com a maior clareza possível o exato significado desse termo.
“Dados pessoais” referem-se exclusivamente a dados que podem ser atrelados a uma pessoa física identificável.
São exemplos de dados pessoais, o nome de uma pessoa, o número de seu CPF e o seu contato de telefone ou celular.
Esses dados, depois que a LGPD entrar em vigor, não poderão ser utilizados e nem coletados sem autorização e ciência prévia dos usuários da internet.
Como o marketing digital pode ser afetado pela Lei Geral de Proteção de Dados
O marketing digital evoluiu consideravelmente quanto a utilização de dados para fins comerciais. E é justamente para regular o uso para esses fins que a LGPD foi criada.
Sendo assim, o uso de dados obtidos ilegalmente de forma direta ou via terceiros será passível de punição.
Dessa forma, a partir do momento em que a LGPD entrar em vigor, clientes e internautas em geral deverão ser avisados mais explicitamente sobre de qual maneira seus dados estão sendo coletados e planejam ser utilizados.
Além disso, qualquer pessoa poderá revogar os dados oferecidos, impedindo assim que eles sejam usados. Da mesma forma, qualquer dado poderá ser alterado a todo momento pela pessoa que o ofereceu.
Os termos de uso, por conseguinte, precisarão ser mais específicos e compreensíveis para os usuários. Isso evita, ao menos em parte, o aceite dos termos por impulso.
Considerando tudo isso, as campanhas de marketing digital que fazem uso de dados pessoais necessariamente terão de ser mais cuidadosas.
Não se preocupe! Ainda é possível usar e coletar dados
O uso e a coleta de dados não vai deixar de ser aplicado apenas por conta da LGPD. Ainda é possível fazer tudo isso responsavelmente sem o risco de receber sanções e punições.
Quanto maiores as limitações, maior a necessidade de pensar em estratégias criativas e que estejam dentro da Lei.
As mudanças do mundo não precisam ser vistas como possíveis problemas, mas sim como grandes oportunidades de inovação.
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